Investigação do acidente da Air India com Boeing 787 - Atualizações e desenvolvimentos até 10 de Julho de 2025

Comandante Bassani
10 de jul.
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Por Comandante Bassani - ATPL/B-727/DC-10/B-767 - Ex-Inspetor de Acidentes Aéreos SIA PT - www.personalflyer.com.br/ - captbassani@gmail.com - Jul 2025

Investigação do acidente da Air India com Boeing 787 - Atualizações e desenvolvimentos até Julho de 2025 — Foto Vijay Soneji

Em 12 de junho de 2025, o voo AI171 da Air India, operado por um Boeing 787-8 Dreamliner, caiu cerca de 40 segundos após a decolagem do Aeroporto Internacional Sardar Vallabhbhai Patel, em Ahmedabad, Índia. A aeronave, com destino a Londres, colidiu com um prédio em um campus médico na área de Meghaninagar. O acidente resultou na morte de 241 das 242 pessoas a bordo e de várias no solo, totalizando ao menos 270 vítimas fatais, configurando-se como um dos desastres aéreos mais letais da década.

Progresso da investigação

A investigação é conduzida pelo Bureau de Investigação de Acidentes Aeronáuticos da Índia (AAIB) com apoio técnico de especialistas da Boeing, GE Aerospace (fabricante dos motores), Air India, NTSB (EUA) e AAIB (Reino Unido). Os gravadores de voo (FDR e CVR), recuperados no local, foram decodificados com sucesso em Nova Deli, segundo a BBC e a NDTV.

Dados preliminares indicam que o pilot flying (PF) da aeronave era o comandante Sumeet Sabharwal, e o pilot monitoring (PM) era o copiloto Clive Kundar. Às 13h39 (horário local), após a comunicação Mayday, o avião perdeu sustentação e colidiu com o solo, levantando questões sobre configuração de decolagem, falha de motores ou erro humano.

Foco da investigação técnica

As áreas de análise incluem:

Motores - O motor direito era novo (março de 2025), enquanto o esquerdo, revisado em 2023, estava programado para manutenção em dezembro de 2025. A possibilidade de erro na manipulação dos fuel control switches é central.
Sistema de flaps e trem de pouso - Verificações apontam possível falha na configuração de decolagem.
Manutenção - Os registros da aeronave são considerados 'limpos', segundo N. Chandrasekaran, presidente da Tata Sons.
Atuação da tripulação - O AAIB está avaliando as ações nos segundos finais antes do impacto, em especial a gestão de energia e atitude.

Medidas de segurança e resposta operacional

A Diretoria Geral de Aviação Civil da Índia (DGCA) determinou inspeções em toda a frota de Boeing 787-8 e 787-9 da Air India. Até julho, 26 das 33 aeronaves haviam sido verificadas, sem irregularidades relevantes. A Air India suspendeu temporariamente 15% de seus voos internacionais com fuselagem larga, devido às inspeções e a restrições no espaço aéreo do Oriente Médio.

Possíveis hipóteses e controvérsias

Embora não haja confirmação oficial de sabotagem, equipes antiterrorismo participam da investigação. Fontes da Reuters confirmam que os switches de controle de combustível podem ter sido manipulados incorretamente antes da decolagem, hipótese agora central. Especialistas também analisam possíveis glitches de software (falhas temporárias, imprevistas ou anômalas em sistemas computacionais), hipótese levantada por um advogado de aviação dos EUA, mas ainda sem respaldo técnico.

Resposta institucional

O Primeiro-Ministro Narendra Modi visitou o local e o hospital onde o único sobrevivente, Vishwashkumar Ramesh, está internado. O CEO da Air India, Campbell Wilson, também esteve presente, destacando a gravidade do evento. O Parlamento indiano convocou representantes da Boeing e do Ministério da Aviação Civil para esclarecimentos sobre segurança aérea e aquisição de aeronaves.

Conclusão

A investigação do voo AI171 avança com a colaboração de múltiplas entidades internacionais e o uso extensivo de dados dos gravadores de voo. A inclusão de um observador da ICAO e as medidas de segurança reforçadas indicam um compromisso com a transparência e com a prevenção de futuras tragédias. A publicação do relatório preliminar está prevista para sexta-feira, 12 de julho de 2025, conforme confirmou a agência Reuters.

Bons voos!