Vapor tóxico em aviões comerciais em ascensão!
- Comandante Bassani

- 19 de set.
- 3 min de leitura
Por Comandante Bassani - ATPL/B-727/DC-10/B-767 - Ex-Inspetor de Acidentes Aéreos SIA PT - www.personalflyer.com.br - captbassani@gmail.com - SEP. 2025

Imagem IA Grok
De acordo com análises recentes, os incidentes de vapores tóxicos em cabines de aeronaves comerciais estão aumentando significativamente, com um crescimento de 660% em relatos para companhias como JetBlue e Spirit Airlines, principalmente em modelos da família Airbus A320. Esses "fume events" envolvem a contaminação do ar da cabine por vapores de óleo e fluidos hidráulicos dos motores, liberados pelo sistema de "bleed air" utilizado na pressurização da aeronave.
Causas principais
O sistema de ar sangrado (bleed air) usa ar comprimido dos motores, que pode se contaminar se selos degradarem ou vazarem, vaporizando óleos e fluidos sob altas temperaturas. Motores modernos, como o PW1100G do A320neo (em serviço desde 2016), são mais suscetíveis devido a tolerâncias mais apertadas e materiais de selos diferentes, resultando em mais de sete vezes os incidentes em comparação ao Boeing 737.
Relatórios da FAA indicam milhares de eventos desde 2010, com companhias aéreas obrigadas a arquivar Relatórios de Dificuldade de Serviço (SDRs) para fumaça ou vapores, embora não haja uma definição oficial para "fume event".
Efeitos na saúde
Tripulantes e passageiros relatam sintomas agudos como visão embaçada, névoa cerebral, dores de cabeça, tremores, náuseas e, em casos graves, danos neurológicos permanentes ou lesões cerebrais semelhantes a concussões. Um comissário de bordo entrevistado pelo NTSB desmaiou em voo, perdeu clareza na fala e testou positivo para lesão neurológica. Estudos revisados pela FAA destacam riscos à saúde por exposição a contaminantes no ar sangrado durante esses eventos.
Respostas regulatórias e tendências recentes
A Airbus lançou o "Project Fresh" para redesenhar partes do A320, como reposicionar vents no topo da aeronave, efetivo em novos aviões a partir de 2026, visando reduzir odores e fumos.
A FAA, em declaração de 15 de setembro de 2025, reforça que incidentes são raros em relação ao total de voos, mas enfatiza a necessidade de abordar causas e fatores contribuintes, com foco em treinamento de tripulações para relatar imediatamente.
A EASA e outras agências europeias apoiam pesquisas sobre síndrome aerotóxica (aerotoxic syndrome), com estudos de 2023 confirmando sintomas neurológicos, respiratórios e cardíacos de exposições crônicas.
Incidentes notáveis incluem um voo Delta Air Lines Boeing 717 em fevereiro de 2025, que retornou a Atlanta devido a fumaça na cabine por contaminação de óleo, e um aumento geral em 2025, conforme relatórios de vigilância da aviação.
A Aerotoxic Association relata que a síndrome aerotóxica afeta números significativos de tripulantes e passageiros, com exposições crônicas de baixo nível a compostos organofosforados.
Investigação e recomendações
A FAA revisou contaminantes no ar da cabine em relatório de 2015, atualizado em discussões de 2025, e o NTSB investigou casos específicos, como um cargueiro DC-8 em 2023 com a tripulação a sentir falta de ar e iniciar imediato retorno ao solo. Agências como FAA e EASA promovem educação e protocolos de relatório, mas críticos apontam lentidão na adoção de sistemas de ar sem bleed air.
A investigação continua, com dados de 2025 mostrando tendências crescentes, conforme destacado em relatórios da Simple Flying (16/09/2025) e no site oficial da FAA.
Este resumo destaca fatos chave para fins informativos, enfatizando a urgência de melhorias na qualidade do ar em cabines para proteger tripulações e passageiros. Para detalhes completos, consulte os relatórios oficiais da FAA, NTSB e EASA.
Bons voos!
Fontes:
Relatório da Simple Flying: https://simpleflying.com/reports-toxic-fumes-commercial-airliners-on-rise/
Dados da FAA: https://www.faa.gov/
NTSB Relatórios Preliminares: https://www.ntsb.gov/




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