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Alerta nos Céus: Relatório ICAO 2025 revela aumento de 36% em acidentes – O que os profissionais da aviação precisam saber agora!

  • Foto do escritor: Comandante Bassani
    Comandante Bassani
  • 29 de ago.
  • 4 min de leitura

Por Comandante Bassani - ATPL/B727/DC10/B767 - Ex-Inspetor de Acidentes Aéreos SIA PT. voopessoal@gmail.com - AGO/2025



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O Relatório de Segurança da ICAO 2025, uma edição especial comemorando os 80 anos da Convenção de Chicago, oferece uma visão abrangente do estado da segurança da aviação global, com ênfase em operações comerciais programadas envolvendo aeronaves com peso máximo de decolagem certificado (MTOW) acima de 5.700 kg. Baseado em dados de 2024, o relatório destaca o crescimento recorde do tráfego aéreo, mas alerta para um aumento nos acidentes e fatalidades em comparação com 2023, embora as taxas permaneçam abaixo dos níveis pré-pandemia. Para profissionais da aviação, como pilotos, controladores de tráfego aéreo, gerentes de segurança e reguladores, o documento serve como ferramenta essencial para identificar tendências, riscos e iniciativas de melhoria, promovendo uma abordagem data-driven para a segurança.


O relatório está estruturado em seções principais, incluindo um prefácio histórico sobre os 80 anos de avanços na segurança da aviação desde 1944, um resumo executivo com indicadores chave, análises de tendências e estatísticas de acidentes de 2019 a 2024, iniciativas globais e regionais para aprimoramento da segurança, e apêndices com listas de acidentes e definições de categorias de ocorrências. Os dados revelam que o tráfego de passageiros global alcançou 4,528 bilhões em 2024, um aumento de 8,6% em relação aos 4,17 bilhões de 2023, superando os 4,5 bilhões de 2019. As decolagens cresceram 5,2%, totalizando mais de 37 milhões, embora ainda ligeiramente abaixo do nível de 2019.


Em termos de estatísticas de acidentes, 2024 registrou 95 acidentes, um aumento de 43,9% em relação aos 66 de 2023. A taxa de acidentes global foi de 2,56 por milhão de decolagens, 36,8% maior que os 1,87 de 2023, mas 12,8% menor que os 2,94 de 2019. Os acidentes fatais saltaram de 1 para 10, resultando em 296 fatalidades (contra 72 em 2023) e uma taxa de fatalidades de 65 por bilhão de passageiros. Além disso, foram reportadas 134 lesões graves.

Essas métricas indicam que, apesar do aumento no volume de operações, a aviação continua sendo o modo de transporte mais seguro, com tendências de longo prazo mostrando melhorias, mas exigindo foco renovado em riscos emergentes, como volumes crescentes de tráfego e complexidades operacionais pós-pandemia.


As tendências de segurança de 2019 a 2024 revelam flutuações influenciadas pela pandemia: reduções em acidentes durante 2020-2021 devido à diminuição do tráfego, seguidas de aumentos à medida que as operações se recuperaram. O pico de fatalidades em 2020 foi de 298, caindo para 72 em 2023 antes de subir para 296 em 2024. A taxa de acidentes global seguiu padrão similar, com o relatório enfatizando a necessidade de manter o momentum de melhorias por meio do Plano Global de Segurança da Aviação (GASP) 2023-2025.


Quanto às categorias de ocorrências de alto risco (G-HRCs), o relatório identifica quatro principais que representaram 25% das fatalidades e 40% dos acidentes fatais em 2024: voo controlado para o terreno (CFIT), perda de controle em voo (LOC-I), colisão em voo (MAC) e incursão em pista (RI). Exemplos incluem:


  • CFIT: 1 acidente fatal com 6 fatalidades.

  • LOC-I: 1 acidente fatal com 62 fatalidades (ex.: acidente no Brasil com ATR 72-200).

  • MAC: 1 acidente fatal com 3 fatalidades.

  • RI: 1 acidente fatal com 6 fatalidades. Outras categorias comuns incluem excursões de pista (RE, 5 acidentes não fatais), encontros com turbulência (TURB, responsável por quase 75% das lesões graves, com 1 fatalidade em um caso) e contatos anormais com pista (ARC). Tendências mostram que LOC-I e CFIT continuam consistentes como riscos elevados, com aumentos em 2024 comparado a 2023, enquanto RE e RI beneficiam-se de planos globais como o GAPPRE (Global Action Plan for the Prevention of Runway Excursions) e GAPPRI (para incursões). Recomendações incluem aprimoramento de protocolos de pista, como sinais de distância restante, e mitigação de interferências em GNSS, que podem agravar LOC-I e CFIT.


A quebra regional, baseada no Estado de ocorrência, destaca variações significativas, conforme a tabela abaixo (dados parciais para algumas regiões, complementados por fontes relacionadas):

Região ICAO

Decolagens Estimadas (milhões)

Acidentes

Taxa de Acidentes (por milhão)

Acidentes Fatais

Fatalidades

Lesões Graves

Ásia e Pacífico (APAC)

12,37

23

1,86

3

185

78

África Oriental e Meridional (ESAF)

0,78

3

3,85

1

2

1

Europa e Atlântico Norte (EUR/NAT)

9,23

22

2,38

3

40

23

Oriente Médio (MID)

1,40

2

1,43

1

1

1

América do Norte, Central e Caribe (NACC)

11,10

37

3,33

1 (estimado)

6 (exemplo Canadá)

Desconhecido

América do Sul (SAM)

Não especificado

Não especificado

Não especificado

1

62

Desconhecido

África Ocidental e Central (WACAF)

Não especificado

Não especificado

Não especificado

Desconhecido

Desconhecido

Desconhecido

 

Regiões como APAC e EUR/NAT tiveram 3 acidentes fatais cada, enquanto SAM destacou-se por um único evento com alto número de fatalidades. O relatório nota melhorias regionais, como aumento na certificação de aeródromos em ESAF (de 28% para 52,5% em cinco anos) e EI acima da média global em SAM (aumento de 10 pontos em 10 anos).

Iniciativas globais incluem atualizações no Anexo 19 (gerenciamento de segurança), workshops sobre inteligência de segurança e manuais como o de Inteligência de Segurança (Doc 10159). Regionais destacam o Plano Estratégico de Ação por País (COSPA - Country-Specific Action Plan) no Uzbequistão, projetos de investigação na NACC e aumentos no EI (Effective Implementation) em WACAF (de 55,22% para 60,96% em cinco anos). Preocupações incluem interferência no GNSS (Global Navigation Satellite System), turbulência crescente devido a mudanças climáticas, impactos de vida selvagem (aumento de 280% em relatórios) e bem-estar mental, com ênfase no 10º aniversário do acidente da Germanwings.


Prioridades para 2025, baseadas no relatório e análises complementares, incluem: mitigação de interferência em GNSS, cooperação civil-militar, serviços meteorológicos contra turbulência, aprimoramento de segurança em pistas, promoção de saúde mental, publicação oportuna de relatórios de acidentes, uso do ADREP (Accident/Incident Data Reporting System) para relatórios padronizados e fortalecimento de relatórios de greves de vida selvagem. Esses elementos reforçam a necessidade de colaboração global para reduzir riscos, com o relatório enfatizando que, apesar dos aumentos em 2024, tendências de longo prazo indicam progresso contínuo, mas demandam foco renovado para manter a aviação como o transporte mais seguro.


Bons voos!



Fontes:


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