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Turbulência “O avião caiu no vácuo”!

Não existe vácuo na atmosfera terrestre, exceto em laboratórios e câmaras de vácuo, mas não solto por aí, até porque logo deixaria de existir, seria preenchido pelo ar que o circunda, assim nunca cairá no vácuo. Nosso planeta é envolvido por uma massa gasosa, denominada atmosfera, que gira junto com a terra, mas numa velocidade muito menor. A atmosfera, não é estática, está sempre se movendo, em virtude de fatores diversos, como inverno / verão, dia / noite, calor / frio. Conforme a atmosfera se aquece, existe uma expansão natural das moléculas dos gases que a compõe e que, como estão ocupando um volume maior, “empurram” outras moléculas de ar. Essa, de um modo muito simplificado, é a explicação básica da origem dos ventos. Esses ventos, são mais fracos na superfície do planeta, e ficam mais intensos com a altitude, podendo chegar a 300 km/h facilmente, em níveis elevados de cruzeiro. São eles que movimentam as frentes frias, que frequentemente vem associadas ao mau tempo. Dentro desse cenário de tempo ruim, temos as nuvens de chuva, os famosos cumulonimbus ou CB’s que produzem turbulência.

A turbulência em si pode ser explicada como variações consideráveis na direção dos ventos, em um volume de ar menor que aquele que o avião ocupa, portanto, ele “chacoalha”. Quanto mais intensas forem essas nuvens, mais intensa será essa turbulência. Por esse motivo, temos a bordo, o radar meteorológico, o qual nos permite analisar a intensidade das nuvens e efetuar desvios, para evitar esses CB’s, ou atravessar nuvens menos densas, com menos atividade, de maneira segura. Os radares mais modernos, já permitem inclusive, visualizar as áreas de turbulência severa (de maneira a ficarmos bem longe dela). Ocorre que nem toda turbulência vem associada de mau tempo.

Existe também a turbulência de céu claro, ou CAT, e a turbulência orográfica, essa associada a elevações na crosta terrestre, como cadeias de montanhas. Falaremos dela em outro post.

Embora o avião seja construído principalmente de metal e materiais compostos, ele é projetado de maneira a ter uma grande flexibilidade das asas. Em aviões como o A 380, a flexão da asa pode ultrapassar os cinco metros; literalmente ele bate as asas sem dano nenhum pois foi previsto no seu projeto.

O que mais afeta o ser humano, é a sensação de surpresa e desconforto, associados ao susto pelo “chacoalhão” o que também chamo de “efeito trem fantasma”. É como estarmos sentados no banco de trás do carro, conversando e de repente passamos num buraco e todo o carro tremer.

Dentro do nosso ouvido, o labirinto, que estava equilibrado, passa por um movimento brusco, podendo gerar uma sensação de vertigem e essa, a náusea, sudorese, palpitação, etc. Esse é um dos motivos que passageiros suam as mãos nessas horas. Nesses momentos a melhor coisa a fazer é pegar aquele saquinho de enjôo e respirar dentro dele! Isso vai diminuir a hiperventilação, pois iremos respirar um pouco de gás carbônico e com isso vamos nos acalmar.

Durante o voo sempre recomendo que os passageiros permaneçam com seus cintos de segurança sempre afivelados. Em eventos raros, mas possíveis de acontecer em uma forte turbulência, já houve registros de passageiros e tripulantes feridos por estarem “soltos” e serem jogados violentamente contra as paredes ou teto do avião.

No seu próximo voo procure estar ciente dessas situações, será um diferencial e com certeza, o voo será mais agradável.

Bom voo!

Referência de Imagens: internet

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